Descobriram os infelizes pagodeiros dessa cidade (e mais os pagodeiros-românticos [?!] cariocas) que a conjugação do verbo FUGIR guarda, algumas vezes, proximidade fonética com outro verbo que eles não têm coragem de cantar (?!) abertamente em suas torturas musicais. Aí, é um tal de
“O jeito é dar uma fugidinha com você
O jeito é dar uma fugida com você
Se você quer
Saber o que vai acontecer
Primeiro a gente foge
Depois a gente vê.”
O jeito é dar uma fugida com você
Se você quer
Saber o que vai acontecer
Primeiro a gente foge
Depois a gente vê.”
ah, que bonito, que romântico! mas não é nada perto da criatividade (?!) de
“Foge, foge Mulher Maravilha
Foge, foge com o Super Man”
Foge, foge com o Super Man”
até a Liga da Justiça entrou na dança...e quando você pensa que os limites foram superados, eis que surge
“Você não foge e nem
Sai de cima do meu coração”
Sai de cima do meu coração”
Ah, saudades de Gregório de Matos, que usava o verbo certo para falar o que se precisa ouvir:
De dois ff se compõe
esta cidade a meu ver:
um furtar, outro foder.
Recopilou-se o direito,
e quem o recopilou
com dous ff o explicou
por estar feito, e bem feito:
por bem digesto, e colheito
só com dous ff o expõe,
e assim quem os olhos põe
no trato, que aqui se encerra,
há de dizer que esta terra
de dous ff se compõe.
Se de dous ff composta
está a nossa Bahia,
errada a ortografia,
a grande dano está posta:
eu quero fazer aposta
e quero um tostão perder,
que isso a há de perverter,
se o furtar e o foder bem
não são os ff que tem
esta cidade ao meu ver.
Provo a conjetura já,
prontamente como um brinco:
Bahia tem letras cinco
que são B-A-H-I-A:
logo ninguém me dirá
que dous ff chega a ter,
pois nenhum contém sequer,
salvo se em boa verdade
são os ff da cidade
um furtar, outro foder.
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